domingo, 20 de junho de 2010

E de repente...

“Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens.”
(João Guimarães Rosa)

Esse marulho todo em mim foi provocado por quem? Escuta o barulinho das ondas do mar desaguando aqui pertinho... O sol toca o mar e o mar toca o sol... E nas diferenças se compõem, se completam, se fundem nessa bela paisagem de vida. A vida é um grande "redimunho" mesmo. Grupo lindo que me abrigou com tanto carinho. Foram braços receptivos e muito calorosos que se abriram pra minha presença ali. E foi muito bom estar ali. Meu rio seguiu um outro caminho... mas certamente passar por ali me fez ter novas cores em minhas águas.

Caminho do rio
E de repente é tanto brilho
E de repente cessa dor
De repente vem a brisa
E derruba a derradeira flor
De repente é outra embarcação
De repente o chão engana os pés
De repente muda a maré
Rebenta o fio
Finda no mar o caminho do rio

(Música do espetáculo: "Marulho - o caminho do rio" 
do Grupo Redimunho de investigação teatral)


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