domingo, 8 de novembro de 2009

Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher?

"Que vai ser quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser Esquecer."

(Carlos Drummond de Andrade)
 
Andei pensando em muitas coisas... Em como eu cresci, como minha vida mudou, como eu mudei...
Hoje me peguei pensando o quanto queria ter alguém por perto, não falo necessáriamente do meu principe encatado, seria ótimo que fosse ele adimito, mas não é bem disso que estou falando... O que povoava meus pensamentos era ter alguém que compartilhasse a mesma sintonia que eu, sabe quando você olha pra alguém e seus olhos é que se comunicam, alguém para quem as palavras fossem desnecessárias.
Ando muito barulhenta, talvez porque esteja tentando me adaptar a situações diante das quais não estou confortável. Quando fico em silêncio tenho que ouvir meus pensamentos e ultimamente tenho tentado fugir deles...
Engraçado, já faz dias que paro diante da tela do computador para escrever aqui e nada sai, sempre que começo a escrever as palavras fogem de mim... Só agora entendo porque; quando escrevo descubro que sou, e nem sempre quero desvelar esse 'ser' que sou agora, nem sempre quero me olhar no espelho, ás vezes a imagem ali não me agrada.
Eu nem sei quem sou...
Isso me angustia.
Hoje um amigo me desejou um milhão de coisas, desejou que "eu tenha a quem amar e quando estiver bem cansada que ainda exista amor pra recomeçar". Eu desejo isso também, e ele nem sabe o quanto... Ás vezes me sinto bem cansada e tenho que descobrir em mim mesma as forçar pra recomeçar. Talvez esse post se deva a esse amigo... Hoje ele me sacudiu, sem saber, me fez me ver. Parei pra pensar de verdade, sem tentar fugir de mim e foi isso que fez minha palavras voltarem a sair... e minha lágrimas também. Não sou a garota durona que finjo ser. Ás vezes cansa segurar a barra de todo mundo, queria alguém pra segurar a minha.
Queria ter alguém por perto nesses momentos, bem perto, ao alcance de um abraço.
Ás vezes me sinto muito só... e ser só, ás vezes, dói mais do que eu posso suportar. Ai eu transbordo. Vejo um rio desaguar dos meu olhos, sem nem saber porque. Talvez porque nesses momentos sinto como se minha alma estivesse seca e árida, então meu espirito tenta hidratá-la. Ai eu durmo e de manhã, com o sol, as coisas sempre parecem melhores.
Tenho muitas faltas em mim... Mas acho que o que mais falta é não ter como partilhar o ser que sou quando me descubro assim... sendo eu.
 
Essa semana foi bem intensa...
Estreia do TCC, animos a flor da pele, um e-mail lindo de uma amigo, prova do ENADE, estudos para a prova final de História da arte, tudo isso somado ao cansaço acumulado de um ano inteiro... Ás vezes penso que vou explodir, e devo adimitir que em alguns momentos é uma idéia tentadora; explodir e virar algo leve pairando no ar, sem peso algum, ser só particula...
Ahhhh. Quero férias... num lugar distante onde o vento faça barulho ao passar e o sol seja visto sem nuvens cinzentas por perto.
 
Queria sair pra ir ver o mar...
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário