domingo, 4 de julho de 2010

MKT e suas saudades

 O "Mkt" é na verdade o jeito que os participantes (atores e monitores) chamam o projeto da Visita Programada (vip), pois ele está diretamente vinculado ao departamento de Marketing (mkt) da Universidade. A VIP (visita programada) é  um projeto da Universidade São Judas Tadeu onde alunos do ensino médio vão conhecer a universidade e ao final da visita assistem uma peça teatral encenada por alunos do curso de Artes Cênicas. A peça é montada anualmente, baseada em uma obra literaria, solicitada em vestibulares. Após a apresentação da peça, ainda há um “bate-papo” com os monitores, os atores e os visitantes. http://www.usjt.br/institucional/visita_programada/
Eu participei por dois anos do projeto (2008 e 2009) e nesse post falo sobre como foi estar lá... porque essa semana eu falei com a Marcellita e com o Jonny e isso me fez ter ainda mais saudade dos meus dias como contratada da usjt.

Na foto o elenco de A rosa do povo (peça baseada no livro do Carlos Drummond de Andrade) Jonnys, Laís, Cris, Marcellita, Gis, Jeff e Olegario. Faltou a Liginha...
Em cena: tudo denso, tudo tenso... "é noite". Nos bastidores: "clara manhã, obrigada!" - Octi bundi indu ó!!!
"Os filamentos desconexos de riso dispersos no tempo... e salvaram-se!" (uma peróla de um dia de esquecimento)
"-Elas não estão rindo... estão chorando. Eu vejo essa cena todo dia. Elas estão muito emocionadas" (dito a uma aluna que percebeu a Lígia e eu de riso froxo por conta de um incidente imaginário*)
Um dia durante o bate-papo com os alunos um deles diz: "Você são muito engraçados. É muito legal conversar com vocês, são uns palhaços... como conseguem fazer uma peça tão séria assim... quer dizer, é legal, mas ela é toda pesada e vocês são tão bem humorados, brincam com tudo..." Até hoje eu me pergunto como conseguiamos fazer... acho que por isso tinhamos taaaantos momentos de "brincaderinhas"... Surpresas que saiam das malas, cartinha que deixavamos para o soldado ler (dizendo que ele era um cara legal, que devia ir dar um passeio),  uma máscara de galinha que virou a magali... E o dia que a coxia caiu e eu tive que segurar o riso porque "minha mãe" entrou com a roupa do judeu da outra cena? E os dias em que eu caia na cena 6 e lígia escorregava? Tem como esquecer???? Jamais. A peça era pesada, mas o elenco era muuuuito leve.


Na foto: Jeff, Vinny, De, Cris, Xúlia, Gis, André e Gerson ao fundo (faltou o Jan - meu anjo preferido). O ano do Auto da Barca do inferno (texto do Gil Vicente)
Tinha que segurar o riso todo dia... Ano de bufões, de roupas curtas, pernas de fora, ano dos bolinhos de chocolate, de muita correria, de TCC, de finalização, de treinamento físico, de dor nas costas, de mil figurinos, maquiagem pesada, cabelo armado, liberdade de conversar com o público... ano de muuuuito riso.
Tenho muitas fotos... muitas lembranças, muitas saudades. Não tinha um dia em que o Jeff não me fazia rir em cena... os cacos que viraram textos, os textos que viraram cacos (só apareciam esporadicamente), as idiotices e mais idiotices...
"Um... dois... Estou a dois passos do paraíso. Não sei se vou entrar".
E o som que de vez em quando teimava em sair na hora errada, ou simplesmente não sair. O pancadão no inferno. As piadinhas que tinha que ouvir dos alunos. O Jan sendo chamado de Raj... as meninas pedindo o telefone do Vinny e de todos os meninos do elenco... ô idade dificil... rs
Cada um deixou uma marca forte. 
Foi um ano bem diferente do ano da rosa, tudo diferente: a peça, as vontades, a linguagem, as pesquisas, enfim, outro momento.
Saudade de estar no palco todos os dias, sem me preocupar com nada de produção... só tinha que me preocupar com meu ofício - o que já exigia muito, afinal estar todo santo dia em cena exige muito preparo e disciplina.
O Mkt foi a graduação dentro da graduação... deixou saudade (e isso indica o quanto foi bom).

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