quarta-feira, 30 de junho de 2010

Só os loucos sabem

Agora eu sei exatamente o que fazer
Bom recomeçar poder contar com você
Pois eu me lembro de tudo irmão, eu estava lá também
Um homem quando está em paz não quer guerra com ninguém
Eu segurei minhas lágrimas, pois não queria demonstrar a emoção
Já que estava ali só pra observar e aprender um pouco mais sobre a percepção
Eles dizem que é impossível encontrar o amor sem perder a razão
Mas pra quem tem pensamento forte o impossível é só questão de opinião

E disso os loucos sabem
Só os loucos sabem
Disso os loucos sabem
Só os loucos sabem

Toda positividade eu desejo a você
pois precisamos disso nos dias de luta
O medo cega os nossos sonhos

O medo cega os nossos sonhos
Menina linda eu quero morar na sua rua

Você deixou saudade
Você deixou saudade
Quero te ver outra vez
Quero te ver outra vez
Você deixou saudade

Agora eu sei exatamente o que fazer
Bom recomeçar poder contar com você
Pois eu me lembro de tudo irmão, eu estava lá também
Um homem quando esta em paz não quer guerra com ninguém

 Saudade de cada "Bom dia" de todos os dias...
Minhas rosas! 
(Faltou a liginha ai)

Um post assim... porque eu adoro essa música e porque eu adoro esse povo!

Expira e inspira

Na vitrola: Maria Rita... e seus sambas!

Um bom samba pra acalentar... pra vida continuar com esse brilho bonito.

Hoje eu estava ouvindo uma amiga contar sobre sua relação amorosa com um canalha. Ela estava brava (com toda razão) e esbravejava contra todos os homens do mundo, dizia que eles são uns crapulas, sem coração... se sentia uma idiota, objeto usado e jogado fora... É tão ruim se sentir assim. Tudo que eu pude dizer foi: "eu sei como você se sente, mas fique tranquila que daqui a pouco passa. Só não deixe esse sentimento de raiva crescer, o bom é aquietar e ficar consigo". Eu vivi algo tão parecido com o que ela está vivendo... Aí dei graças a Deus por estar agora longe de todos esses problemas. E dei graças por ter (finalmente) cortado os vínculos excessivos que me faziam brigar toda semana com fulano. E dei graças por ver que não tem mais nada ali pra ser discutido e por ter parado de ouvir e de dizer asneiras... Ai, como é bom poder olhar pro lado e não querer esganar a pessoa que está lá.  Acabaram as brigas e finalmente reina a paz! Tá bom demais assim. Eu não leio nada dele, não digo nada dele e ele idem (pelo menos acho que é assim... não quero ir lá conferir, fiquemos então com essa hipotese hipotética). Aquietei e comecei a ouvir novas músicas e olhar as velhas músicas com outros olhos. Ás vezes é melhor mudar velhos hábitos do que suportar novos vícios. Cortei o mal pela raíz, parei de "seguir" lendo e descobri que tem mais gente que me lê aqui, mais gente do que eu suspeitava. Fico lisonjeada (e inspirada).
Alias, inspiração tem sido a palavra de ordem dessas duas ultimas semanas... minha mente se povoa de idéias e o universo conspira a meu favor! Pus o ar que me fazia mal pra fora numa só expiração e comecei a tomar mais ar puro... É bom lembrar que é preciso respirar pelo nariz, pra poder filtrar melhor o ar que vai pros pulmões - já dizia a Ana Wuo: "Fecha a boca e respira, se não entra ar demais e você vai passar mal".
Respira bem, meu bem e deixa esse ar bom entrar nos seus pulmões!

Inspiração é esse ar que entra e preenche por dentro!

♫ Voltar para o mesmo lugar
É impossível, irreal
Viver é qual o correr de um rio
Jamais retorna
Achei o que é melhor pra mim
E o tempo já me deu seu sim
E meu samba-canção
Revela a medida do meu coração ♪

terça-feira, 29 de junho de 2010

Vamos lá, tudo bem!

"Sempre precisei de um pouco de atenção. Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto... E nesses dias tão estranhos fica a poeira se escondendo pelos cantos. Esse é o nosso mundo. O que é demais nunca é o bastante. E a primeira vez é sempre a última chance. Ninguém vê onde chegamos. Os assassinos estão livres. Nós não estamos..."

Hoje escrevi uns dez textos diferentes, cheguei a criá-los inteiros - cheios de trocadilhos e "semi-verdades"... Apaguei-os todos! E agora, aqui em frente a essa tela eu me pergunto:
-O que quero dizer ao mundo?
Porque eu penso em um monte de coisas durante o dia todo, mas o que realmente importa para os outros?
Ás vezes tenho saudade de quando esse blog era só um lugar em que eu podia me contar sem medo, ultimamente meus post's tem rendido muitas leituras. Ás vezes sinto falta da solidão que abarcava meus textos. E ás vezes acho muito bom poder compartilhar esse monte de pensamentos que me povoam... Eu sou sempre o "ás vezes", sempre assim, desde que decidi tentar me conhecer por gente... Pense comigo, se meus textos são tão extensos, como serão meus pensamentos? GIGANTES!
Eu queria poder dizer tudo o que penso... E queria poder ficar em silêncio. Passar despercebida de vez em quando. Queria não ser tão interpretada. Ás vezes o que eu digo é só o que eu digo! Não tem entrelinhas... alias, eu odeio entrelinhas! Gosto das falas ditas assim, cruas, sem nenhum preparo... elas não me doem. Eu amo a sinceridade. Mesmo que doa um pouco, ela é sempre melhor, e se doer vai doer menos do que uma mentira. Eu não gosto de fingir. Não gosto de ter que ficar tentando entender ninguém...
As pessoas deviam aprender a sorrir sempre. Não fingidamente, mas sorrir pra vida. Porque convenhamos meus amigos: a vida é muito bonita, mesmo com todas as mazelas... é bonita, é bonita e é bonita.
Eu queria sair estendendo o dedo mindinho pras pessoas: "-Vamos fazer as pazes?"
Queria abraçar todos ao meu redor e agradecer por estarem ali de olhos e corações abertos pros meus devaneios...
Eu ando tão feliz...
Ando tão em mim.
Há um silêncio preenchendo minha alma. Volto meus olhos pra trás e sorrio diante do espelho.
Eu mudaria algumas coisas, mas não apagaria todas!
Assino contrato na quinta!
Agradeço ao Miro, que está em SP a dois anos e acha "isso que agente faz" uma coisa muito bonita, coisa que ele queria fazer, mas que a vida seguiu sem deixar... e ainda assim o Miro sorri e me oferece cafezinho e água, e não se acanha pra sorrir pra mim e dizer: "Fico tão feliz que agente encontrou alguém!". E eu fiquei feliz, fiquei feliz de ter sido encontrada, o sorriso dele me contagiou... Ah, eu adoro pessoas educadas, pessoas que não tem medo de sorrir pra completos desconhecidos. Eu sai daquele lugar sorrindo pra todo mundo! (minha barriga roncava, minha nuca parecia uma pedra de tão travada) Minhas costas estão travadas. Mas eu não consegui deixar de sorrir pro mundo. Mesmo pra moça da doceria que parecia querer me matar com os olhos... eu sorri. E continuo sorrindo.
Amanhã vou abraçar todos que conheço e com quem compartilho tantos sorrisos... e abraçarei até quem não mais me sorri com tanta vontade. Porque eu ainda sorrio... ainda solrio.

Flores brotam do asfalto de São Paulo nessa terça de junho.

"Voltamos a viver como há dez anos atrás. E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas... Vamos lá, tudo bem! Eu só quero me divertir, esquecer dessa noite, ter um lugar legal prá ir... Já entregamos o alvo e a artilharia. Comparamos nossas vidas e esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar..."

Na vitrola: Teatro do Vampiros - Legião Urbana

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Tem dias que sorrimos sem entender porquê... 
Felicidade boa é assim mesmo
Os olhos sorriem pra tudo que agente vê
Agente ri pro mendigo e até pra pedrinha que chutamos a esmo

Não sabemos porque, mas de repente se faz primavera em nós!
E está feito... que o mundo ouça minha voz!
Eu canto porque o encanto existe
Hoje vale o decreto: é proibido ser triste!

_-Gislaine Pereira-_

domingo, 27 de junho de 2010

Paralelo

 São Paulo, 07 de novembro de 2009

"Um monte de coisas a dizer... mas não sei qual delas quero. Vou jogar as palavras aqui e o que sair... vai ficar. Hoje aprendi uma coisa muito importante: confiar no que sinto! Se sinto a necessidade de fazer algo, devo fazê-lo. Estava um pouco assustada, mas belas palavras escritas e outros ditas em meus ouvidos me apaziguaram. É bom ter por perto pessoas queridas. Estreamos o TCC hoje, agora a fase do medo se foi... fizemos duas apresentações, na primeira todos nervosos, mas na segunda o clima de jogo prevaleceu, foi fantástico. Co-movemos a platéia, gosto disso, porque é bom ver que aquilo que nos tocou nesse processo agora toca o outro..." 
 
Esse é um relato meu, guardado em uma gaveta velha...
Essa sensação de Déjà vu que tem me tomado ultimamente acaba de ganhar ainda mais força...
Alguma coisa vai acontecer!!!!!
Mas e os sonhos? Como explicar os sonhos que as outras pessoas tem tido comigo?
Começo a me preocupar... Talvez porque isso nunca tenha acontecido comigo antes. Parece que algo enorme vai acontecer...
Essas sensações de "já vivi"... meus sonhos... e os pesadelos dos outros comigo...
Não tem como não fazer paralelos com o que já vivi ou senti... e essa história de sonhos está me inquietando... Tanta gente ligada a mim anda sonhando comigo... Devo ficar com medo? Criar expectativas? Porque só sonhos "não tão bons"? Por via das duvidas, eu ando olhando pros dois lados da rua duas vezes antes de atrevessar!

Minudências

Hum, acho que eu já vi esse filme. A fuga. O apego. A fuga... Porque agente tem essa mania de fugir? Porque talvez agente saiba, lá no fundo, que é melhor ficar... estagnar e esperar passar. Pode até ser que eu esteja confundindo os sinais, mas duvido. Até me envaidece. Mas vamos parar pra pensar... é melhor manter as coisas assim! É melhor seguir os istintos! É melhor seguir esse sentido, esse sexto...que devia ser o primeiro de tão forte e importante que é.
"Pare, reflita, admire, fique atento a seus próprios rumos." Virginia Woolf  (Pasmem, ela existe mesmo!) 
 
Tudo tão próximo, tão igual e tão diferente... Se eu tivesse sido bem racional as tendências (talvez) seriam outras. Mas é bom trocar os pés pelas mãos de vez em quando, mas só de vez em quando, hein. Não pretendo fazer isso de novo tão cedo. Chegou tarde...  Eu to tão bem assim... tá tão bom assim... Vamos "deixar como está, para ver como é que fica." já dizia G.V.
Sapatos vermelhos representam o desejo. Qual é seu? Cuidado com o que deseja!!!! Aprenda com a menina dos sapatinhos vermelhos... em breve posto uma foto dela aqui. (...suspense)


" Aos que me perguntam a razão de minhas viagens: sei do que vou fugindo, ignoro o que estou procurando." 
Michel de Montaigne

Sonhos de uma noite de sábado...

"Simpatia é amor! - Acho que esse é bom momento pra dizer isso, sempre quis dizer... achei que agora era a hora". Foi um prazer compartilhar cada momento dessa noite... eu ri, vi e ouvi absurdos, comentei coisas idiotas, ouvi comentários mais idiotas ainda, vi o Junior Lima, vi um monte de meninas saltitantes no picadeiro, acreditei no mágico (até descobrir o truque), vi o batman voar, fiquei boquiaberta, me encantei... ri, ri, ri, ri muito.
Bela noite.
Circo do sonhos
Pra mim podia ser um espetáculo só de palhaços....
E na platéia? Só tinha palhaço também!

"-Olha são duas meninas!"
"-Que voz de mulher..."

Calaaaaa booooocaaaaaaaaaaaa!!!!


sábado, 26 de junho de 2010

El tango

Minha dança preferida... O tango me arrepia a alma. 
É a dança das paixões.
Paixão: sf (lat passione)  Movimento impetuoso da alma para o bem ou para o mal.  Gosto muito vivo, acentuada predileção por alguma coisa.

Ontem eu vi muito tango... e bailei um tiquito também, fiquei com gosto de quero mais, quero muuuuito mais. E vieram idéias... vontades...  

"Roxanne...Why does my heart cry? Roxanne... Feelings I can't fight... Roxanne..."♪

"Es (el tango) un pensamiento triste que se baila"

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dos aprendizados

Bom mesmo é cafuné de quem a gente gosta. É fazer samba bem no centro do tédio da gente. É arriscar um suspiro em noite estrelada. É sorrir por dentro pra dar energia. Bom mesmo é estar perto de quem a gente quer. É poder escolher a dedo quem entra pela porta da frente. É saber que do outro lado da linha vai ter sempre alguém te ouvindo. Bom mesmo é pular de alegria por uma coisa qualquer. É soltar as amarras que te prendiam aos pés do passado. É acolher com as mãos e sorrisos alguém que já te escureceu. É fazer brotar uma flor num canteiro vazio. Bom mesmo é ir sem ter pressa de chegar. É fazer amizade no caminho. É fazer crescer a esperança e manter o coração sereno.


Serena-Cris
 
 

Quitandoce

Ontem o dia foi longo... mas muito bom.
Começou com um lindo sonho de valsa acompanhado de: "Pra mostrar o quanto você é especial", adoro essas sutilezas que nos surpreendem e recheiam a vida com mais sabor.
E aí veio um almoço que me rendeu até dor no maxilar de tanto rir.
Aprendi que laranja com soda deixa as pessoas beeeeem idiotas!
"Dá barato!!!"
Quanta besteira na mente de quatro pessoas!!!! (Que maravilha)
Então ando, ando, ando, ando... Ai meu pés "Gente, vamos sentar e descansar um pouquinho"
Olha, aquele cara é o mestre dos doutores. "Sabe porque o Lula não tem esse dedo?"
Ouço uma história... ah, eu sei o que é passar por isso. Você supera e será mais fácil do que você imagina!
Piadas, histórias, gracinhas, provocações... bando de palhaços.
Nossa, como eu ri ontem.
E então... o fim do dia.
O telefone toca... vamos conversar... idéias, vontades, "querenças", urgencias... Vou no onibus me sentindo uma pessoa importante, abro o caderno... Vamos falar do projeto! Minha mente borbulha. Me sinto plena, porque sei que as melhores pessoas vão me acompanhar nessa empreitada. O dia não podia terminar melhor...
Começou doce, terminou doce... Já dizia Forest: ""A vida é como uma caixa de bombons. Você nunca sabe o que vai encontrar dentro".
Durmo... sono pesado e alma leve.

Hoje o dia também vai ser longo... e Vamoooooooo ganhaaaaa Brasillllllllllllllllllll!!!!!
Assim que o jogo acabar, corro pra vida começar.
Hoje tenho muuuuito o que fazer!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Que luz é aquela na moldura da janela?


Brilha logo sol... que eu quero te ver!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Muderno

Eu olho muito pro céu
É que eu ando de ônibus
Bebo no copo de requeijão
Combino terno e chinelo
Gasto tudo que ganho
Com farrinha barata
Trabalho o ano inteiro
Mas a minha grana...
Não dá nem pro cheiro
Quando minha mãe me liga
Digo que está tudo bem
E diante da rotina
Que você nunca vem
Volto pra casa
Desarrumada
Nada tem pra fazer
Vou pra cozinha
Puto da vida
E um miojo cai bem...















domingo, 20 de junho de 2010

Re-licário

Ai que bonito perceber que o que você diz pra alguém continua ecoando em outros cantos... me roubou um sorriso agora!

 
 "Que tudo seja leve de tal forma que o tempo nunca leve.
Alice Ruiz


Relicário: 
sm (relíquia+ário) 
1 Recipiente onde se guardam relíquias. 
2 Bolsinha ou medalha com relíquias que, por devoção, alguns trazem ao pescoço. 
3 Caixa de lembranças ou recordações. 
4 Memória; coração.


E de repente...

“Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens.”
(João Guimarães Rosa)

Esse marulho todo em mim foi provocado por quem? Escuta o barulinho das ondas do mar desaguando aqui pertinho... O sol toca o mar e o mar toca o sol... E nas diferenças se compõem, se completam, se fundem nessa bela paisagem de vida. A vida é um grande "redimunho" mesmo. Grupo lindo que me abrigou com tanto carinho. Foram braços receptivos e muito calorosos que se abriram pra minha presença ali. E foi muito bom estar ali. Meu rio seguiu um outro caminho... mas certamente passar por ali me fez ter novas cores em minhas águas.

Caminho do rio
E de repente é tanto brilho
E de repente cessa dor
De repente vem a brisa
E derruba a derradeira flor
De repente é outra embarcação
De repente o chão engana os pés
De repente muda a maré
Rebenta o fio
Finda no mar o caminho do rio

(Música do espetáculo: "Marulho - o caminho do rio" 
do Grupo Redimunho de investigação teatral)


sábado, 19 de junho de 2010

Bon giorno

E o dia finda assim, com um sorriso me tomando os lábios...
e nos lábios... o sorriso que se fixa... findo dia
Belo dia, tinha que terminar assim... já que começou tão bem... tão bom...
Muito bom pra comer com queijo...


Na vitrola: 
Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Desses olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...
 

quinta-feira, 17 de junho de 2010

"Agora é um instante. 
Você sente? 
Eu sinto." 

(Clarice Lispector)


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Onde eles estão?

E todas as manhãs eu me faço a mesma pergunta: Onde estão os meninos de rua do Anhangabaú?

Eles sumiram de uma vez só... me preocupa, porque não acredito que o problema tenha sido resolvido, fico com a sensação de que eles foram varridos pra baixo do tapete. Me lembro que um dia ao passar ali a noite quase fui assaltada por um deles, um amigo que me acompanhava é que me salvou. Porque pode até parecer maluquice minha, mas eu não consigo olhar nos olhos de um deles e não imaginar o que é viver daquele jeito. Não consegui ter medo, só consegui ter compaixão quando a mão de um daqueles meninos agarrou meu braço... sei que ele ia me roubar se o Jan não tivesse interferido e me desvencilhado do menino. Eu simplesmente não consegui reagir...
Eu tenho coração e ele bate acelerado quando vê uma criança cheirando cola, passando frio, vivendo uma vida de miséria... é desumano e terrível demais até
para um adulto.
Onde eles estão agora?
Eu tenho me feito essa pergunta todas as manhãs a duas semanas.

Sem respostas!
E... a quem devo perguntar???

The next day

Outro dia me dei conta de que perdi uma amiga. "Perder" talvez não seja a palavra certa. Mas é a unica que me ocorre agora. Porque eu perdi a confiança nela, e é triste se arrepender de confiar, agente se sente idiota demais. Ante ontem eu me arrependi de ter confiado nela; hoje, pensando bem... eu não me arrependo não. Os momentos que compartilhei com ela foram muito bons, muito intensos, eu nem sei quantos dele foram verdadeiros pra ela também (odeio essa desconfiança). O importante é que emoções eu vivi, já dizia o Roberto. E tudo bem, a vida segue... e ela até segue por perto, não tão perto pra que feridas ainda sejam revividas, mas nem tão longe pra que eu possa esquecê-la. E no fundo eu sei o quanto gosto dela, ela merecendo isso ou não.

Hoje vi de novo uma mulher meio maluca no onibus, achei engraçado. Outro dia até escrevi aqui sobre uma louca que sentou do meu lado no onibus... Acho que os loucos gostam de partilhar os mesmos bancos que eu! O mais engraçado é que ela também deve ter pensado que eu sou louca, porque estou com uma terrivel dor no pescoço e não conseguia ficar quieta, ficava tentando estralá-lo (sem sucesso) de tempos em tempos.

E aula hoje foi simplesmente fantástica, viro criança facilmente (ainda mais quando tem outra criança brincando comigo!!!) Essa semana tem sido bem "pitoresca"... tenho visto e ouvido cada coisa.
"A vida tem sentido, mas nós não vemos... só vivemos (e sentimos)!"

terça-feira, 15 de junho de 2010

T.empo P.ara M.editação

Brigadeiro de colher...
hummm...

É Tempo Para Meditação! 
Mudanças bruscas de humor a todo tempo. 
Então tente perturbar menos... (eu posso revidar!)



Tendência para matar.
Então tenha paciência meu!!!
(porque a minha tende a não ser muito usada nesses dias)


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Minha vida, hoje, aqui, assim...

Reflexiva - Ouço mais, falo menos... penso muito.
Leio Clarissa do Erico Veríssimo. Me deleito nas páginas. Danço jongo. Rio largo. Ando mais calma, mais observadora, meus passos não correm, eu respiro esse ar gelado de todas as manhãs e caminho num ritmo comodo. Eu não tenho pressa. E tenho muito. É preciso aquietar a alma pra voar mais alto. Olho todas as pessoas ao meu lado, aquela moça sentada no banco do meu lado tem cara de... bem... deixa pra lá. Ela comprou um chapéu pro pai, ela liga pra mãe, age como se estivesse sozinha em seu quarto. Eu me irrito, me assombro, eu rio... Ela parece louca. Quantas vezes não fui eu que pareci louca? Agente não pode julgar os outros pela aparencia. Mas deve ouvir aquela sensaçãozinha que temos sobre ela, a minha nunca falhou... mas eu já deixei me enganar. Agente se engana quando quer - coloca vendas nos próprios olhos! Outro dia ouvi umas coisas sobre um certo alguém. Fiquei boquiaberta. Mas foi bom. Lembrei da frase "Cuidado com o que deseja". E eu lembrei de agradecer a Deus por não atender a todos os meus pedidos. Como disse uma amiga minha: "agente não conhece as pessoas de verdade". E isso é muito verdade. Eu sempre me assombro com as pessoas... e nem sempre isso é bom! "Nada do que é humano me é estranho", mas eu continuo me espantando com tantas atitudes.
Citando Erico Veríssimo:
"Todos nós somos um mistério para os outros... E para nós mesmos".

 Eu não sei se arrependimento é a palavra, talvez agora seja... e digo isso numa paz imensa. É tão triste se arrepender de confiar. "Ninguém deve culpar-se pelo que sente, não somos responsáveis pelo que nosso corpo deseja, mas sim, pelo que fizemos com ele." Pena! Tenha pena de verdade, quanta mentira pode rondar uma só pessoa?

Eu não me entendo... nem to tentando. To me deixando ser, sem nem tentar entender, só ser... Isso já é tanta coisa. Ser-me. Isso exige disciplina e respiro. E a vida segue. E quem segue perto? Só quem quero seguir... só quem sinto merecer, só quem sinto ainda valer a pena. É tão complicado esse negócio de escolher, porque eu escolho muito gente, mas escolher mesmo, assim de coração, é raro. São poucos os que quero ter por perto e são muitos também. Eu me contradigo a todo tempo. E não importa.

Não é nada disso o que eu queria dizer mesmo...



quinta-feira, 10 de junho de 2010

Minha garganta arranha

"Gastei uma hora pensando um verso 
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro 
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira"

(Drummond)


Só por hoje eu não tenho certeza de nada, nem de quem sou, nem do que estou fazendo aqui. Hoje eu não sei de nada, quase não sei meu nome. Não me lembro quando comecei a sentir essa dor aqui... essa que me faz calar. Esse nó vermelho que me ata a mim e me silencia diante de tudo. Me perdi no tempo e isso já faz tempo. Eu tenho uns medos! Eles são muitos. Não to tentando entender, não adianta mais. Só to tentando acalmar essa minh'alma. Perdi a voz... talvez pra que eu ganhe de volta minha calma, minha alma, minha consciente certeza de quem sou... Se é que essa certeza algum dia existiu... Hoje falta-me aquela coragem de outrora. Falta-me o desafio. O precipicio convidativo. Me falta aquela paciência de quem pondera bem as coisas antes de dizer ou fazer algo. Talvez por isso eu esteja tão rouca: porque preciso aquietar meus gritos aqui dentro. O peso do silêncio espreme minha garganta! Já calei tanta coisa, talvez por isso eu esteja rouca, porque não grito meu grito, então ele me explode por dentro. É tanto talvez que eu começo a juntar tudo e chego a conclusão de que 'eu só sei que nada sei'. Eu não tenho certeza de nada. To só colecionando teorias sobre minha voz. Eu não acho certo certas coisas ditas e também não acho certo dizer certas coisas. Não acho certo certas posturas adotadas, algumas coisas escondidas e não acho certo esse barulho todo. Queria conseguir ficar em silêncio comigo, tem muito barulho aqui dentro. E tem muito barulho ai fora. Preciso de uma valvula de escape, preciso escapar dos meus pensamentos, preciso me encontrar nesse caos que sou hoje. Só por hoje preciso de um abraço que compreenda essa água tomando vazão, que não a questione, que só a abarque. Preciso desaguar esses medos. Eu to querendo achar meu lugar no mundo e to cada vez mais perdida. Eu não me encaixo. Eu não me enquadro no que estão querendo me pintar... E eu só queria me entender... "Estou empacotando as vontades e desembrulhando as necessidades. É hora de ser, e não de querer, embora eu tanto queira".


"Gatinho Risonho", disse Alice, "poderia dizer-me, por favor
que caminho devo tomar agora?"
"Depende muito de onde está querendo chegar", disse o gato.
"Não me importo muito para onde estou indo", disse ela.
"Então não importa que caminho irá tomar", disse o gato.

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carrol
 

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Gi... meos

E não é que eu me encaixo em (alguns) clichês dessa histórinha de signo! Ache-me ai:

Alegre e super irreverente. Gosta mesmo é de misturar tendências e de mudar sempre. Pode muito bem estar menininha em um dia o no outro um mulherão. Mutáveis como o Ar,  precisam de roupas que vistam bem em qualquer ocasião, pois estão sempre indo a lugares diferentes no mesmo dia e na mesma noite. Pelo menos prometem que vão…Roupas versáteis, que podem ser vestidas de várias maneiras, que mudam de cara com a simples troca de um acessório. Sobreposições, peças double-face, que podem ser usadas pelo avesso dando impressão de ser outra roupa. Para se vestir elas preferem investir mais em texturas e formas diferentes do que em cores e estampas, por isso  preferem cores mais básicas e sóbrias como preto, branco, marrom, bege e cinza, cores mais vibrantes como pink, verde e vermelho ela prefere usar em acessórios como bolsas e sapatos, para dar um descontraída no visual. Faladoras e inquietas! São apaixonadas por conhecimento e por tudo que lhes proporciona isso. Por conta disso, não é raro vê-las fazendo algum curso ou lendo um livro atrás do outro. É a comunicação, o movimento e o intelecto. São inteligentes, versáteis, espertas e curiosas. Possuem agilidade física e mental e boa capacidade de aprendizado mas, como nem tudo são flores, podem ser instáveis, céticoa, fúteis e fofoqueiras. Por terem um temperamento agitado e curioso precisam de variedade e mudança, e estão sempre pesquisando sobre algum assunto. Gostam de socializar, de ler e conversar. A palavra, os gestos, a linguagem são muito importantes para eles, que estão sempre abertos para o conhecimento e a intelectualidade.

 Em uma frase:
"Não tenho tudo que amo. Vamos debater sobre isso?"



Para presentear é facinho, facinho… Não tem erro! Quando você for bater perna no shopping, aposte em presentes que estimulem as ideias e os pensamentos. Uma boa dica é pesquisar o gosto. A banda que ela gosta, o filme, o autor ou até mesmo um assunto o agrade, tudo isso pode virar um presente que a pessoa vai amar. Mas, não é porque ele gosta de uma banda X que você vai simplesmente comprar o CD dessa banda.Surpreenda e, ao invés do CD que tal um vinil ou até mesmo um ingresso para assistir ao show dessa banda? Não quer bancar o Sherlock Holmes investigando os gostos? Invista em um bom livro, um Mp3 (tá mp4, mp5, mp6, mp128…), um celular novo… Roupas? Peças versáteis, nada de roupas que ela vai usar uma vez na vida e outra na morte, um tênis, uma carteira… Acessórios em geral caem muito bem.


Me achou? Eu achei!
P.s.: Os grifos do texto não são meus, já vieram assim!


Fonte: http://modices.uol.com.br/

terça-feira, 8 de junho de 2010

Possível? Conto outro!


Principe da Leopoldina

Ela entra no vagão toda atrapalhada, reclamando consigo mesma... então ele a olhou. O universo parou de rodar um pouco pra que eles se vissem pela primeira vez... e voltou a sua rotação com o apito do trem.Olhos azuis e verdes - a mescla das duas cores faziam a cor desses olhos. Ela respira fundo, senta.  Ele respira fundo e se ajeita na porta, de frente pra ela. Ela abre um livro, quem disse que consegue ler? Os olhos dele a chamam, parece enfeitiçada. Nunca ligou pra olhos claros, já lhe bastavam os seus que mudavam de cor a cada mudança de tempo. Mas agora... Aqueles olhos a chamavam. Olhos azuis iguaizinhos a cor do mar. Ou seriam verdes também? Enfim... os olhos dele a olhavam e ela olhava de volta. Sabe quando alguém te olha e você percebe o olhar? E sabe quando você olha e percebe que seu olhar é percebido? Eles estavam assim. E sabiam-se assim... brincando de olhar. Chegaram ao ponto final. O maquinista manda descer. Ele desce rápido, quase corre. Ela vai sem pressa e só vê o borrão azul indo embora escada acima. Esqueci de dizer: ele vestia azul - "a cor dos principes", pensa ela.

O tempo passa!

Ela se dirige ao trem. Pensa: "Bem, que ele podia pegar o trem de novo comigo... ah, o universo podia conspirar um pouquinho só a meu favor..." Mas resolve mudar de caminho, pegar um ônibus pra variar. Só que uma fada a faz olhar pro lado e ela vê aquele principe do outro momento, indo na direção que ela iria. Sorri e pensa: "Ah, obrigada 'universo'." E volta ao seu trajeto diário (e que agora divide com o cavaleiro de azul). O trem apita... ele corre, ela fica pra trás - ainda estava muito distante, acha melhor nem correr... Perderia o trem de qualquer forma. "-Deixa pra lá, as coisas acontecem quando e como tem que acontecer". Então, eis que ela chega na plataforma e o trem ainda está lá... Ah, esse universo! Várias portas a sua escolha. Ele entrou com certeza, mas qual a chance dela entrar no mesmo vagão que o dele? Pensa: "Ah, o universo podia me dar uma forcinha" e ri da sua "bobisse". Pensa "-Qual a real chance de ser o mesmo vagão? Ai já seria demais, eu me espantaria se fosse assim tão..."
Então, entra na primeira porta que vê um pouco mais vazia. Não tem esperança de que ele esteja lá. Pede licença a um senhor que está parado junto a porta, dá uns dois passos vagão a dentro. Percebe que alguém a olha, vira-se nesse direção e... lá está o principe dos olhos claros. Ela se espanta. Ele se espanta. E nesse espanto eles nem percebem que se olham. Quando se dão conta... coram, abaixam os rostos meio timidos, camuflam o sorriso... Ela abre o livro, ele a olha curioso. Ela não lê, não consegue ler... Os olhos a chamam. Ele olha, ela disfarça; ela olha, ele disfarça. Mas num momento os olhares se cruzam. Três segundos os laçam. Nem um dos dois ousa desviar o olhar, e nem querem. Estão mergulhados um no outro. Azuis em azuis. Ela não pensa nada. E ele pensa, pensa tanto que nem consegue saber o que pensa. O coração dispara... ele tenta formar uma palavra... Então alguém entra entre eles... ela sorri, ele igual. E a pessoa que entrou ali nem percebeu que estava entre um "quase" algo dito. O trem enche. Ela senta, pensa em pedir a mochila dele pra segurar, seria um pretexto pra falar... ouví-lo... O trem enche mais, e ele fica longe de suas mãos, não o suficiente pra que ela não posso vê-lo e percebê-lo olhando de volta. Mas o o suficiente pra que seja, no minimo, estranho ela pedir a mochila dele. O trem volta a esvaziar. Ah, seria agora? Ele se aproxima dela. Ela fica parada, olha-o de soslaio... O apito do trem soa. Ele respira pesado e se vira em direção a porta. As portas se abrem... Ele desce. Ela fica, mas também vai um pouquinho com ele... naquele ar.
As portas fecham! Próxima estação...
Até breve!


Gislaine Pereira



"Só se encontra o que se busca, o que nos é indiferente nos foge." 
Sófocles

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Re...

nascido.
Nascido de novo. 
É o seu significado sabia?
Porque nome significa a gente.

Agente tem que gostar dos outros depois de conhecê-los!
Mas isso nunca dá certo. Porque tem gente que agente gosta assim, sem nem saber do por quê.
Depois vai ver que gosta porque compreende (compreender é mais que entender - compreender é abarcar). Vai notando que gosta porque tem o mesmo espirito do melhor amigo. Porque ri de um monte de besteira que agente faz e faz um monte de besteira pra gente rir.
Agente percebe que admira e que quer ter por perto. 
Pede ajuda e oferece de volta... o mundo é isso, um monte de voltas indo e voltando. O mundo é um grande massu visto de costas. O mundo é do tamanho dos nossos gestos.
O mundo é na verdade do tamanho do nosso abraço.
Ah, vem cá e me dá um abraço!!! rs

Valeu pela ajuda e pelos bons momentos compartilhados!!!


P.s.: Viu, como eu consigo ser suscinta...
Assim você me lê, né? =P

domingo, 6 de junho de 2010

Possivel? Conto!

"Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca às vezes sara amanhã" 
Carlos Drummond de Andrade

 Até breve...

Entrou no onibus, procurou seu lugar; Nº 21-  janela.
Guardou a pequena mochila no maleiro acima da poltrona e se sentou.
Abriu um pouco a cortininha verde que cobria a janela, olhou pelo pequeno vidro e viu que já era noite, não viu a lua, mas sim um céu todo pontilhado de estrelas. Era uma imensidão azul escura, toda salpicada de pontinhos brancos que pareciam conversar lá em cima.
Talvez também a vissem.
Talvez até comentassem lá no alto umas com as outras:
-Como ela está bonita hoje.
-É, realmente o vermelho lhe cai bem.
Ela distraíu-se no céu, quase esqueceu de pensar. Aquelas últimas semanas haviam sido tão intensas, parecia que uma vida inteira tinha sido vivida... Lembrou-se do trato: "-Eu não te ligo e você não me liga" e de como prometeram-se que iam ficar bem.
Talvez eles ficassem um mês, ou dois, sem se falar - cumprindo a promessa - e depois voltassem a se ver.
Talvez ai as coisas já tenham esfriado.
E ai (talvez) o encontro faria tudo voltar a aquecer... e eles, quem sabe, não consigam controlar a chama que os chama, ou consigam. Agente nunca sabe. A vida é incerteza.

Enquanto ela pensava em tudo isso, ele permanecia parado, sozinho, em frente aquela velha rodoviária, não tinha conseguido se despedir dela. Sabia que, no fundo, nunca conseguiria se despedir de verdade.
Ela estava indo embora porque ele a comprimia demais. Ela gostava de ser livre e não ter que, por obrigação, dar satisfações. Se sentia subjugada ali; ele tinha tanto medo de perdê-la que tentava controlar até seus pensamentos. E tinha tanto medo que acabou perdendo-a. Primeiro dentro de si mesma e depois assim...
Não que ela não sentisse nada mais por ele, porque sentia... E quando decidiram se separar, ela saiu dignamente do apartamente, fechou a porta atrás de si e desceu cinco lances de escada sentindo as lágrimas se despejando pra fora de sua alma, atravessou a rua e andou a esmo pelo bairro...
Dizem que o brilho nos nosso olhos são lágrimas guardadas, é a água em nós que nos faz brilhar; e quando agente chora nossos olhos brilham pra dentro. Por isso agente fica com a vista embaçada, sem conseguir ver o mundo direito - porque nessa hora agente tá se refletindo.
Nesse caminho, entre as lágrimas e as lembranças resolveu que iria para São Lourenço; cidade pequena e grande, do seu exato tamanho pra poder seguir, foi até a rodoviária, comprou a passagem para dali a duas semanas, enxugou as lágrimas e voltou pra casa. Resoluta.
Aquelas duas semanas foram cercadas de sentimentos antagônicos; ela, cada vez mais, queria ir embora e ele... Bom, ele viveu uma tempestade de sensações... E no fim acabou se dando conta de que ele a havia ferido, assim como se fere um pássaro tentando segurá-lo entre as mãos. E agora teria que deixá-la voar novamente. Quanta dor há em perceber-se como vilão de sua própria história...

No dia da viajem ele saiu de casa mais cedo, só deixou um pequeno bilhete, colado na geladeira:
"A Deus entrego tudo, 
porque eu não posso dizer adeus.
Te desejo uma boa viajem. 
E tudo o que posso dizer é que não ligo... se você não ligar.
Não digo também que te amo, porque você me pediu que eu não mais dissesse, 
mas eu diria... se você quizesse!
Marcelo"

Ela leu e guardou o bilhete numa das páginas do livro do Saramago que iria levar consigo.
Aquilo a balançou... e até a fez pensar em ficar, mas o pensamento foi embora tão rápido quanto veio.
Sentimento agente não constrói e desconstrói quando quer. 
Tomou um banho quente e demorado, pôs aquele vestido vermelho com o qual se sentia linda e bem.
Pegou as malas, as passagens na escrivaninha do quarto e saiu. Fechou aquela porta pela ultima vez, desceu as escadas - dessa vez sem lágrimas e com uma certeza que chegava a ser desconcertante.
Então lembrou que precisava se despedir... parou entre um lance de escada e outro, abriu a bolsa, arrancou uma das páginas da agenda e escreveu:
"O amor que ficou fincou-se ao mar de lágrimas que derramei...
Esses comodos ainda estão encharcados de nós e ficou cômodo demais permanecer assim.
Eu não quero acomodar no que incomoda. 
Não posso mais ficar, então voo.
Adeus, é muito.
Até breve!"

Terminou de descer as escadas. Pediu ao porteiro um envelope e guardou o bilhete nele.
Escreveu: "Para Marcelo, com..." E percebeu que não podia haver o tal "amor" no bilhetinho, era preciso mudar os velhos hábitos pra ir adiante. Riscou o "com" e deixou só "para marcelo" nesse papel de até breve.
E ao porteiro coube o papel de entregar esse pequeno Até...


Gislaine Pereira




 P.s.: Escrevi esse texto em um dia de transito, a partir de uma história que ouvi no onibus.


sábado, 5 de junho de 2010

-Fiquei espantando ao ver uma pessoa naquela situação... No fim, somos só isso? Quer dizer... é só isso que resta de nós?
-...
-No fim é só isso mesmo. O que importa é o que fazemos com isso, enquanto podemos.


Lembrei agora desse dialogo cliche que ouvi outro dia num seriado... 
mas que faz todo sentido!

Ali...

"Quem é você?", perguntou a Lagarta.
Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: "Eu - eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento - pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.
"O que você quer dizer com isso?", perguntou a Lagarta severamente. "Explique-se!"
"Eu não posso explicar-me, eu receio, Senhora", respondeu Alice, "porque eu não sou eu mesma, vê?"
"Eu não vejo", retomou a Lagarta.
"Eu receio que não posso colocar isso mais claramente", Alice replicou bem polidamente, "porque eu mesma não consigo entender, para começo de conversa, e ter tantos tamanhos diferentes em um dia é muito confuso."
"Não é", discordou a Lagarta.
"Bem, talvez você não ache isso ainda", Alice afirmou, "mas quando você transformar-se em uma crisálida - você irá algum dia, sabe - e então depois disso em uma borboleta, eu acredito que você irá sentir-se um pouco estranha, não irá?"
"Nem um pouco", disse a Lagarta.
"Bem, talvez seus sentimentos possam ser diferentes", finalizou Alice, "tudo o que eu sei é: é muito estranho para mim.
"Você!", disse a Lagarta desdenhosamente. "Quem é você?"
O que as trouxe novamente para o início da conversação. Alice sentia-se um pouco irritada com a Lagarta fazendo tão pequenas observações e , empertigando-se, disse bem gravemente:"Eu acho que você deveria me dizer quem você é primeiro."
"Por quê?", perguntou a Lagarta.
Aqui estava outra questão enigmática, e, como Alice não conseguia pensar nenhuma boa razão, e a Lagarta parecia estar muito chateada, a menina despediu-se.
"Volte", a Lagarta chamou por ela. "Eu tenho algo importante para dizer!"
Isso soava promissor, certamente. Alice virou-se e voltou.
"Mantenha a calma", disse a Lagarta.
"Isso é tudo?", retrucou Alice,engolindo sua raiva o quanto pôde.
"Não", respondeu a Lagarta.
Alice pensou que poderia muito bem esperar, já que não tinha nada para fazer, e talvez no fim das contas ela poderia dizer algo que valesse a pena. Por alguns minutos a Lagarta soltou baforadas do seu cachimbo sem falar; afinal, ela descruzou os braços, tirou o narguilé da boca novamente e disse: "Então você acha que mudou, não é?"
"Temo que sim, Senhora", respondeu Alice. "Não consigo lembrar das coisas como antes - e não mantenho o mesmo tamanho nem por dez muinutos!"

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Caminhando e cantando... e seguindo a canção


Sonhar - Mais um sonho impossível
Lutar - Quando é fácil ceder
Vencer - O inimigo invencível
Negar - Quando a regra é vender
Sofrer - A tortura implacável
Romper - A incabível prisão
Voar - Num limite improvável
Tocar - O inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor brotar do impossível chão



O dia hoje inspirou...



Caminhando e cantando...

 
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
Pro que eu sou... Eu não quero mais dormir
De olhos abertos
Me esquenta o sol
 
 
Não tenho hora pra voltar, não
Eu agradeço tanto a sua escolta
Mas deixa a noite terminar
 

quinta-feira, 3 de junho de 2010

É melhor não ser o normal...


Dizem que sou louca
Por pensar assim
Se sou muito louca
Por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Se eles são bonitos
Eu sou Sharon Stone
Se eles são famosos
I'm Rolling Stone
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus, sou eu..

Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito
Eu sou santa!
Eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus, sou eu...
Sim! Sou muito louca
Não vou me curar
Já não sou a única
Que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Eu sou feliz!...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Navegar é preciso...


"Há dias assim. Há momentos assim, definitivamente - completamente - absolutamente assim.
Não são bons nem maus. São assim.
Ocorre um "reset"... naturalmente dou-me conta de que o recipiente está vazio...
esgotou-se qualquer coisa, como um combustível que permitiu a marcha durante uma determinada etapa da viagem, mas que, entretanto, acabou. E então, só uma coisa é certa: não sei nada, nada.
Resta-me (outra vez) aprender... aprender... aprender..."




...Viver não é preciso. 
(cabe aqui o sentido de precisão)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fa-fa-farofa fa fa Familia!

É tão bom rever a família... e é engraçado.
Tudo é tão diferente de como era quando eu era pequena, mas ainda é tudo igual.
Fora aquele primo que triplicou de tamanho, e não ficou bonito - ficou bonitissimo!
Ainda tem aquele tio engraçado e que não se adequa nunca as convenções familiares (ainda bem!).
Agente ainda chora quando alguém tá indo embora... até o tio engraçado chora. Agora a prima meio desmiolada já tem até descendente, mas continua desmiolada... E eu?
Bom, eu continuo ouvindo as mesmas coisas sobre mim... Sempre serei a "estranha", de um jeito ou de outro. Nem ligo mais... aliás essa é sempre a melhor saída: ignorar, ou então, puxar outro assunto. Sempre funciona!
A mesa tem que estar cheia.
As histórias borbulham de um lado e de outro.
Sabia que meu vô vivia cantando?
Eu não sabia.
Sabia que meu vô tinha genio forte e uma vez não foi socorrer minha vó, que tinha desmaiado, porque tava bravo com ela? (porque a vizinha vivia dando em cima dele). Sabia que minha vó falou "Puta merda" três vezes hoje no carro??? E ria parecendo criança com as palhaçadas do meu tio... E ele não levava nada a sério e no fim eu vi que ele era quem mais levava tudo a sério, e era quem mais tinha consciência da vida ao redor... Ele também chorou!
Eu amo demais minha família... e é bom poder viver esses (raros) momentos em que todo mundo se reune. Eu me lembro de quem eu sou e de como cheguei a ser assim... Tudo culpa deles (em partes).

Família italiana é assim: tudo é exagerado - o riso, a dor, o choro, o drama, a felicidade, as histórias, as piadas... Agente sofre mais, mas também é muito mais feliz!


Viva a imigração italiana!!!!
E Viva a imigração Alemã também! (justiça seja feita ao meu bisavô que veio de lá)
E viva os indios!!! (justiça seja feita a minha tataravó - mesmo que eu não tenha nada de india)
Viva a essas boas misturas!!!